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O cérebro pode "inventar" uma dor?




Todos os seres humanos são capazes de sentir dor.


Muitas vezes esse processo é natural e benéfico, como quando encostamos o dedo em uma panela quente e somos alertados a retirá-lo para evitar danos maiores.


Mas, diferente da dor aguda, que acaba quando a lesão cicatriza, a crônica nem sempre tem uma causa definida. Ela pode se iniciar tanto a partir de um dano ao tecido/nervo quanto surgir aparentemente sem motivo, como no caso da fibromialgia.


Uma coisa não muda: a forma como cada uma das três é sentida no corpo.

 "A dor é percebida por meio de receptores que traduzem os estímulos do corpo, que são então conduzidos ao longo do sistema nervoso até o cérebro. Lá, ocorre a interpretação cognitiva. Ele reconhece o sinal e pensa: 'preciso resolver isso'",

explica Durval Kraychette, anestesiologista e coordenador do Ambulatório de Dor da UFBA.


Muitas vezes, um processo de dor crônica envolve fatores estruturais, como acontece com uma paciente em meu consultório —sua lombalgia é intensificada por uma pequena hérnia de disco na coluna. Mas até mesmo nesses casos pode existir um outro componente envolvido: a neuroplasticidade, ou a capacidade do cérebro de aprender coisas novas e se transformar (tanto de forma positiva quanto negativa).


Segundo Alan Gordon, diretor do Centro de Psicologia da Dor, em Los Angeles (EUA), a dor neuroplástica (também conhecida como nociplástica ou sensibilização central) ocorre quando nossa massa cinzenta se equivoca e manda sinais dolorosos como forma de "proteção", mesmo que não haja nenhuma ameaça real. Esse "caminho" se torna então um padrão aprendido pelo cérebro, que vira hipersensível à dor e faz com que a sensação não vá embora. É aí que o sintoma se torna a própria doença.


Pensemos na dor fantasma, que acomete a maioria dos indivíduos que tiveram um membro amputado.


Ainda que o braço ou a perna não estejam mais lá, a pessoa continua a sentir dor no local. "É importante dizer que toda dor é real. A questão é descobrir o que está causando o problema. É difícil de acreditar que a sua dor pode ser neuroplástica, mas isso é o mais incrível sobre o nosso cérebro: ele pode criar uma sensação muito intensa se ele achar que existe uma ameaça", afirma Yoni Ashar, pesquisador de dor crônica, psicólogo clínico e neurocientista pela Universidade de Colorado Boulder, nos EUA.


Percebemos com isso que a mente é responsável por muito mais que administrar nossos pensamentos e ações corporais, ela é responsável por estruturar todas nossas emoções dentro de nossas ações, sejam elas fisiológicas ou motoras.


Um exemplo à percebermos é sobre um trauma mal entendido na infância ou uma dor emocional de muita importância na atualidade que não são tratados de forma consciente, essa dor pode espelhar em nosso corpo trazendo muitas dores e muita angústia física em nossos membros.


Uma grande aliada para esse cenário é a Terapia, é nela , que se encontra soluções conscientes para a remodelagem dos seus pensamentos e assim , gerar a cura de suas dores psico – emocionais.

 

Mente sã, corpo são!

 

Ricardo Mateus – Psicanalista Clínico e Terapeuta Coach

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